Blue Exorcist: O Mestre da Terra

Chapter 13: Capítulo 13: As Raízes do Passado



Depois do sucesso esmagador na base dos Illuminati em Praga, o grupo retornou ao Vaticano como heróis. Embora a vitória tivesse sido significativa, o peso das informações obtidas durante a missão permanecia nos ombros de cada membro da equipe. Keyon, especialmente, sentia a pressão para aprimorar suas habilidades. Ele sabia que as batalhas futuras seriam ainda mais desafiadoras e que sua força atual não seria suficiente para enfrentar o que estava por vir.

De volta ao Vaticano, Keyon mergulhou em uma rotina exaustiva de treinos. Cada dia começava ao nascer do sol e terminava tarde da noite. Ele dividia seu tempo entre três focos principais:

Primeiro trabalhando para aprimorar a precisão e a rapidez com que podia conjurar criaturas elementais, ele experimentava novos métodos de controle e estratégias para integrar essas invocações em combate.

Tirando proveito da sua afinidade natural com o elemento terra devido a sua parte demoníaca, Keyon explorava a manipulação de minerais, técnicas defensivas, e até mesmo o uso do terreno como arma de forma mais criativa, criando poços com espinhos dentro e várias armadilhas ao seu redor de modo a apanhar o inimigo desprevenido.

Por último ele refinava sua técnica com a espada sob a supervisão de Arthur Angel, que o desafiava constantemente com combates intensos e em pouco tempo ele começava a demonstrar um progresso significante.

Ayla e Kieran observavam de longe. Ayla notou como Keyon se pressionava e ficou preocupada com ele devido a sua natureza bondosa e a admiração e respeito que tem por Keyon, mas se absteve de falar. Já Kieran, com seu típico humor sarcástico, brincava:

— Se continuar assim, chefe, logo estará desafiando o próprio Arthur para um duelo.

Certo dia, enquanto revisava seus planos de treino, Keyon foi convocado para uma audiência privada com Arthur.

— Keyon, sua evolução é notável, mas preciso de você em outra missão, — disse Arthur, entregando-lhe um pergaminho com o selo dos Grigori.

— Uma missão solo? — perguntou Keyon, franzindo a testa.

— Sim. Há rumores de atividades demoníacas em uma vila remota na Rússia. Aparentemente, não há envolvimento direto dos Illuminati, mas preferimos não correr riscos. Dada a sua capacidade, acreditamos que será algo simples.

Keyon assentiu, embora uma sensação estranha se instalasse em seu peito. Algo no tom de Arthur parecia hesitante.

Keyon partiu imediatamente, viajando por dias até alcançar a vila de Primorye, localizada em uma região montanhosa e coberta por florestas densas. O frio cortante da Rússia era implacável, mas ele suportava, vestindo uma capa pesada sobre sua armadura.

A vila era pequena, composta por menos de vinte casas de madeira espalhadas ao redor de uma capela central. Os moradores eram reservados e desconfiados, mas um deles, um velho chamado Yuri, o levou até uma pequena hospedaria.

— Tem algo... estranho na floresta, — disse Yuri, enquanto servia chá quente a Keyon. — As árvores sussurram, o rio gela em pleno verão. Muitos acreditam que o demônio da água voltou.

Keyon ouviu em silêncio, tentando conectar as informações ao que sabia sobre demônios elementais.

Naquela mesma noite, Keyon partiu sozinho para investigar a floresta. O ar era denso, carregado de uma energia que fazia os pelos de sua nuca se arrepiarem. Ele seguiu o rio até uma clareira onde encontrou marcas de batalha no chão — sinais de magia e luta intensa.

De repente, uma presença avassaladora se fez sentir. Um demônio de pele azulada e olhos brilhantes emergiu das águas. Ele era alto, com escamas reluzentes e um tridente que parecia pulsar com poder.

— Outro exorcista? Ou algo mais? — perguntou o demônio com um sorriso cruel. — Sinto o cheiro de algo familiar em você.

Antes que Keyon pudesse responder, o demônio atacou. Um jato de água cortou o ar em direção a ele, mas Keyon levantou uma barreira de pedra, desviando o golpe. Ele contra-atacou, criando espinhos de rocha que emergiram do chão, mas o inimigo era rápido, esquivando-se com facilidade.

A batalha se intensificou. Keyon invocou um golem de pedra que avançou contra o demônio, mas o tridente do inimigo perfurou a criatura com facilidade, desfazendo-a em pedaços. Enquanto lutavam, o demônio revelou algo que abalou Keyon profundamente.

— Você é filho dele, não é? Posso sentir o poder latente em você. Sua linhagem é clara.

— Do que você está falando? — gritou Keyon, desviando de um ataque.

— Seu pai. Um dos lordes demoníacos da terra. Ele é conhecido em nosso mundo. E pelo que vejo, você herdou mais dele do que imagina. No entanto ainda prefere brincar de exorcizar demônios como se não fosse um de nós.

As palavras do demônio ecoaram na mente dele. Keyon olhou para o demônio com uma expressão muito séria

— Eu não sou um de vós e nunca serei. Sei muito bem qual é a minha missão! — exclamou Keyon com um tom de irritação,

— Eu irei eliminar cada um de vocês até que não reste nenhum demônio nesta Terra.

O demônio sorrindo liberou uma aura azul e sombria que se misturava com o ar e sua expressão mudou com um sorriso malévolo e sinistro no rosto.

— Você acha mesmo que não é um de nós? Eliminar todos nós? Você é fraco, não passa de um fedelho que acha que tem algum poder.

A aura do demônio começou a afetar tudo ao seu redor, as árvores mais próximas e a relva ao seu redor começaram a secar perdendo a vitalidade.

Keyon começou a sentir uma fraqueza repentina e uma sensação de energia acumulando no seu interior. Ele tentou ignorar, mas algo dentro dele reagia. Um calor crescente começou a percorrer seu corpo, misturado com uma sensação de fúria incontrolável.

Quando o demônio o encurralou, algo mudou. Uma energia negra envolveu Keyon, e seus olhos brilharam com uma intensidade demoníaca. Ele perdeu o controle, lançando uma onda massiva de energia que devastou a clareira, destruindo árvores, pedras e até mesmo o rio. O demônio foi arremessado para longe, mas não destruído.

Keyon avançou como uma fera, desferindo golpes cegos, sua espada agora envolta em uma aura negra. O demônio riu, mesmo enquanto sangrava.

— Sim... Isso é o que eu esperava. Você é exatamente como ele.

Antes que Keyon pudesse dar o golpe final, seu corpo cedeu. A energia demoníaca desapareceu, e ele desabou, exausto e inconsciente.

Quando despertou, Keyon estava em uma pequena cabana, seus ferimentos tratados e coberto por mantas quentes. Uma mulher de meia-idade, Irina, cuidava dele, enquanto seus dois filhos brincavam ao redor.

— Você teve sorte. Meu marido o encontrou na floresta. Você estava quase morto, — disse Irina com um sorriso gentil.

Keyon tentou se levantar, mas sua cabeça girava. Ele ficou ali por três semanas, fingindo estar bem, mas os pesadelos o atormentavam. As palavras do demônio ecoavam constantemente em sua mente, e ele sabia que, mais cedo ou mais tarde, precisaria confrontar a verdade sobre sua herança.

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