O Erguer de Leonhardt Ascroft

A noite caía sobre o subterrâneo recém-adaptado que Leonhardt agora chamava de lar. O complexo era uma fusão de tecnologia esquecida e magia nascente, refletindo a visão ambiciosa de um homem decidido a moldar o mundo à sua vontade. Selene e Darius estavam ocupados nos preparativos para expandir sua operação – Selene mapeava potenciais recrutas, enquanto Darius testava sua força recém-descoberta contra pesos de concreto que explodiam sob seus golpes.

Leonhardt, no entanto, estava sentado em um canto isolado, seus olhos fixos na habilidade que o conectava a infinitos mundos: Fishing in the Ten Thousand Worlds. A habilidade era um paradoxo de sorte e paciência, um jogo constante entre expectativa e frustração. Ele respirou fundo e estendeu as mãos para o portal brilhante que girava lentamente à sua frente, como uma galáxia em miniatura.

— Vamos lá... Algo útil, algo transformador — murmurou para si mesmo, enquanto sua energia se conectava à habilidade.

O portal reagiu de forma diferente daquela vez. Ele brilhou intensamente, a luz pulsando em tons de dourado e prateado, enquanto uma vibração profunda ecoava pelo subterrâneo. Selene e Darius interromperam o que estavam fazendo, alertados pela intensidade do evento.

— O que está acontecendo? — perguntou Selene, aproximando-se com cautela.

— Algo grande — respondeu Leonhardt, sem tirar os olhos do portal.

Com um último clarão, o objeto emergiu: um altar elegante e imponente, feito de mármore negro com detalhes dourados que brilhavam com energia própria. Ele parecia tanto uma peça de arte quanto um artefato antigo. Gravuras enigmáticas cobriam sua superfície, símbolos que pareciam mudar de forma e significado conforme eram observados.

Leonhardt deu um passo à frente, sentindo a poderosa aura mágica emanando do altar.

— Este... é o Altar dos Grimórios — disse ele, sua voz carregada de reverência.

Selene e Darius trocaram olhares.

— O que isso faz? — perguntou Darius, curioso, mas ainda desconfiado.

Leonhardt tocou a superfície fria do altar, e ele brilhou com uma luz dourada suave.

— Este altar cria grimórios mágicos únicos para cada pessoa que o toca. Não são apenas livros... São extensões do potencial mágico de quem os possui. Ele cria algo perfeitamente alinhado com a alma, a mente e o corpo de quem o usa.

Darius deu um passo para trás, como se temesse o poder do altar.

— Parece perigoso... ou incrível.

Leonhardt sorriu.

— É os dois.

Leonhardt sabia que precisava testar o altar. Ele estendeu a mão sobre a superfície brilhante, sentindo uma conexão imediata. O altar brilhou intensamente, e a energia pareceu ressoar com sua essência. Então, com um flash repentino, um grimório surgiu.

O livro flutuou por um momento antes de pousar suavemente na mão de Leonhardt. A capa era feita de couro negro com entalhes em prata, e um símbolo intricado pulsava no centro, como um coração batendo. Ele abriu o grimório e viu que seu interior estava preenchido com palavras e diagramas que ele instantaneamente compreendia.

— Magia de Sangue e Sombra — murmurou, enquanto sentia o poder fluindo de suas páginas para dentro de si.

O grimório parecia reagir ao seu toque, como se estivesse vivo. Feitiços básicos apareceram nas primeiras páginas, mas Leonhardt sabia que o potencial do livro era ilimitado, dependendo de seu crescimento e domínio.

Selene olhou para ele com um misto de fascinação e preocupação.

— Você quer que todos nós usemos o altar, não é?

Leonhardt assentiu.

— Com grimórios, nosso poder será multiplicado. Imagine o que poderemos fazer quando cada Neo-Ghost tiver sua magia personalizada, criada sob medida.

Selene hesitou por um momento, mas finalmente se aproximou do altar. Quando ela colocou a mão sobre ele, o brilho dourado voltou, mas dessa vez com tons de azul prateado. Momentos depois, um grimório apareceu, sua capa de um azul profundo com detalhes em prata brilhante.

Ela o abriu lentamente, e uma expressão de surpresa cruzou seu rosto.

— Magia Sonora — disse ela, quase em um sussurro. — Isso é perfeito...

Leonhardt sorriu, satisfeito.

— Exatamente como deveria ser.

Darius foi o próximo. Ele hesitou antes de tocar o altar, mas quando o fez, a luz dourada se intensificou, como se refletisse sua força física. Seu grimório era vermelho escuro, com símbolos que pareciam flamejar na capa.

— Magia de Impacto — anunciou ele, um sorriso selvagem se espalhando em seu rosto. — Finalmente, algo que combina comigo.

Com o altar agora em sua posse, Leonhardt sabia que tinha uma ferramenta que poderia transformar seus planos em realidade. Ele não apenas criaria Neo-Ghosts poderosos, mas também garantiria que cada um deles tivesse um grimório único, alinhado com sua essência.

Ele olhou para Selene e Darius, que folheavam seus grimórios com entusiasmo.

— Isso é só o começo — disse ele, sua voz firme. — Com este altar, construiremos algo que ninguém será capaz de enfrentar.

A luz do altar ainda brilhava suavemente, como se aguardasse ansiosamente pelos próximos usuários. Leonhardt sabia que encontrar os próximos Neo-Ghosts seria um desafio, mas agora, com o Altar dos Grimórios, ele tinha mais do que esperança: ele tinha uma arma definitiva.

Enquanto a noite avançava, o trio deixou o altar para trás por enquanto, cada um deles imerso nos segredos recém-descobertos de seus grimórios.